Ano:2011
Tamanho:690 MB
Qualidade:RMVB
Albert Nobbs vive em silêncio, fala apenas quando é chamado. Prestativo e competente, é um dos principais funcionários de um hotel irlandês em pleno século XIX. Para as pessoas de seu convívio é íntegro e extremamente tímido, uma imagem que ele mesmo gosta de passar para evitar maiores aproximações. Afinal de contas, Albert tem um segredo. Ele, na verdade, é ela. Uma transformação que, para a época em que vive, é um verdadeiro escândalo, não apenas pela farsa mas especialmente pela afronta. Ele (ou ela) sabe bem disto, por isso vive sob uma máscara que, por ser usada há tanto tempo, já está entranhada em sua personalidade.
É por representar tão bem esta clausura auto-imposta que Glenn Close, merecidamente, foi indicada ao Oscar 2012. Trata-se de um trabalho de extremo rigor físico e desprovido de vaidade cuja emoção é, muitas vezes, demonstrada através do olhar. É através dele que seu Albert revela que cativa um sonho e, ao mesmo tempo, medo. Medo de ser descoberto, que expõe uma extrema fragilidade quando a ameaça quase se torna realidade. Sonho de liberdade, de conquistar de forma digna seu sustento através de seu próprio esforço. Sensações que se mesclam quando surge o pintor Hubert Page. Ou melhor, pintora.
Ao conhecer alguém que, assim como ela, traveste-se de homem para garantir o pão nosso de cada dia, Albert permite-se sonhar. E, por se apaixonar pelo sonho, não consegue perceber o quão insólito seria caso se tornasse verdadeiro. O brilho no olhar a cega para a realidade de forma definitiva. Faz parte da vida.
Albert Nobbs é um belo filme muito graças à força de seu elenco. Janet McTeer, intérprete de Hubert Page, impressiona ao exibir uma postura imponente que serve de contraponto, e ao mesmo tempo complemento, à própria figura de Albert. Até mesmo Mia Wasikowska convence, mostrando algo além do ar de boa moça que sempre a acompanha. Bom filme, que pode ser resumido em uma frase dita por Albert Nobbs: “A vida sem decência é insuportável”.
Fonte critica:Adoro cinema